quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DIÁLOGO SOBRE O ESPAÇO INTERIOR


QUESTIONADORA: O que é espaço interior?

EDSON CARMO: Imagine que dentro de você existe um compartimento. Dentro desse compartimento existem muitas coisas. São coisas que foram sendo colocadas lá, através dos pais, dos professores, dos sacerdotes, dos gestores empresariais, dos filmes, das novelas, dos livros e das muitas experiências.

QUESTIONADORA: Como essas coisas entraram nesse compartimento?

EDSON CARMO: Ora! Essas coisas entraram porque havia espaço para cada uma delas. É claro que em alguns casos, já havia preenchimentos, o que tornou necessário os remover, lançá-los fora, para que então as novas coisas pudessem entrar e os substituírem.

QUESTIONADORA: O que inicialmente ocupa o nosso espaço interior?

EDSON CARMO: O silêncio, o vazio. Parece estranho dizer o vazio, mas até o vazio precisa de espaço para existir.

QUESTIONADORA: De que nos serve o silêncio se nós não podemos nos comunicar através dele? Como viveríamos com o vazio, se ele não é utilitário? Talvez seja por isso que nossa existência é tão cercada de sons e matéria.

EDSON CARMO: O silêncio é o que possibilita o som, as palavras, esse diálogo. O vazio é o que possibilita a manifestação da matéria. Como você poderia ouvir-me se não fosse o silêncio? Como nossos corpos poderiam estar aqui, se esse lugar não tivesse o vazio que cabe nós dois? Você não vê a importância deles?

QUESTIONADORA: Sim. E é impossível não perceber agora!

...Alguns segundos em silêncio...

QUESTIONADORA: Diga-me mais uma coisa: como diferenciarei a mentira da verdade em meu espaço interior?

EDSON CARMO: Esse é o tesouro mais importante que temos de encontrar – a resposta a essa pergunta!

Responderei-te com o auxilio de uma história. Havia uma mulher que tinha pavor de dormir só, ela tinha muito medo. Então, um dia, por ocasião de um problema de saúde – nela –, todos viajaram e ela não pode ir, teve de ficar sozinha em casa. As 23:30h desse dia, ela já estava deitada, tentando dormir, mas o medo não a permitia. Quando derrepente ela ouviu um ruído na cozinha. Seu coração se encheu de pavor, acelerou. Então muitas coisas começaram a passar pela sua cabeça. Em um momento ela pensava ser um ladrão; em outro momento pensava ser algum que tinha vindo para matá-la... Muitas coisas passaram por sua cabeça, produzindo enorme sofrimento! Então ela conseguiu um pouco de calma e ligou para polícia. Quando a polícia veio, o máximo que encontrou foi uma ratazana que tinha caído dentro de um balde, e estava se batendo, tentando sair de lá.

Essa história nos mostra que no espaço interior pode entrar o vislumbre daquilo que é. E a imaginação daquilo que não é. A polícia investigou, constatou e tranqüilizou-se. A mulher imaginou, se apegou e desesperou-se.

A verdade não pode ser uma imaginação, uma crença. Ela nunca é uma ilusão, mas aquilo que sobrevive a toda e qualquer investigação.


A ausência da verdade é a ignorância. Ignorância é escuridão, trevas. Quando há ignorância, a realidade está presente, mas não pode ser vista. É como o cego, mesmo envolto pela luz, tateia, tropeça e cai.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DIÁLOGO SOBRE O EGO

...

Questionador: O que é o ego?

Edson Carmo: Ego é um conjunto de personagens internos e externos, criados por idéias sociais e psicológicas. São impostores que assumem a identidade do Ser, enquanto ele dorme.

Questionador: Por que o senhor refere-se ao ego como sendo um conjunto? Não seria o ego um individuo?

Edson Carmo: Não! Pela própria natureza, o ego não pode ser uno. O ego é um devir constante, ele não pode ser, porque está sempre mudando, sempre querendo ser ou pensando ser aquilo que não é. Portanto, na melhor das hipóteses, o ego é uma dualidade, nunca uma unidade.

Questionador: O que o senhor quer dizer com personagem interno e externo?

Edson Carmo: Chamo de personagens internas, aquelas fantasia psicológicas que as pessoas criam dentro de si. Esses personagens podem ser: o coitadinho, a vítima, o ignorante, o vingador... Todas essas coisas que as pessoas crêem que são. Já com personagens externos, me refiro àqueles títulos que as pessoas recebem, os quais elas se identificam como se fossem elas mesmas. Se o título é retirado, perdido?! Então quem fica?

Questionador: Aquilo que verdadeiramente a pessoas é!

Edson Carmo: Em quase 100% das vezes, o que fica, é a idéia do EX. É essa a próxima forma que o ego assume, a forma do EX-Presidente, EX-Ministro, EX-Diretor...

Questionador: Agora estou compreendendo! Mas, se nos relacionamos com a sociedade na forma do ego, e sendo ele um impostor! Como podemos manifestar o verdadeiro? Aquilo que realmente somos?

Edson Carmo: hahahahahahahahahahaha Essa é uma das perguntas que vale a pena buscar resposta. Antes que venha a resposta, deixe-me falar de uma afirmação de Jesus Cristo! Ele disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. O ego é uma mentira, mas também uma cadeia, uma prisão. Assim, se o ego é o invólucro do Ser – aquilo que realmente somos –, então não podemos gozar da alegria que só existe na liberdade.

Agora a resposta: Se você ou alguém quer viver realmente pelo Ser, então é preciso abandonar as identificações do ego. Desidentifique-se com os nomes, os títulos que lhe deram; use-os, mas entenda que eles não são você. O fato de você estar no corpo, isso não quer dizer que você é o corpo. Lembre-se, você é aquele que ao sair do corpo, deixa claro o que de fato o corpo é – um cadáver, pó e cinza. Não se identifique com nada que sofre mudança; não se identifique com nada que hoje é e amanhã não é mais, pois o Ser não passa. Ser é aquilo que é e não pode deixar de ser. Ser, é aquilo que não muda, aquilo que não ilude. Ser, é aquilo que é eterno.

Questionador: Então posso ser eterno ao encontrar o meu Ser?

Edson Carmo: Sim! Esse é o esforço da mensagem de Jesus Cristo – transportar o homem da esfera da mortalidade para a da imortalidade. Quando Ele diz: “quem quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo...”, Ele está dizendo: “Abandone o ego e seja eterno como Eu sou”.

Medite sobre isso que vou te dizer: Ninguém pode conhecer a o imutável através do mutável. Porque quando o mutável conhece alguma coisa, seu conhecimento é findo, porque no momento seguinte ele mudará, e quando muda, o que conheceu já não está mais ali.

Questionador: Estou percebendo, estou percebendo! hahahahahahahahahahahaha como é maravilhoso o que estou ouvindo! É por isso que nossa felicidade, nossa alegria, nossa paz, são apenas emoções, momentos passageiros! Como eu não enxerguei isso antes?!

Quero encontrar o meu Ser, quero uma paz perene; uma alegria perpétua; um amor sem fim.

Você pode me ajudar?

Edson Carmo: Para isso estou aqui!

...

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